ταυρομαχία

tauromaquia. corrida de toros. espetáculo em que habilidoso el matador leva lenta e dolorosamente à morte um animal que devia estar pastando e fazendo, sei lá, as coisas que os touros normalmente fazem

esse espetáculo remonta ao culto pré-histórico do boi como entidade divina sacrificada, e aos gladiadores de roma que se divertiam matando não só touros e outros bichos, mas também uns aos outros

estado de natureza em estado bruto. nada mais natural que o estado das coisas chegue a isso:

bem feito

acho ótimo. repare que o animal sangra em profusão por causa das banderillas cravadas em seu corpo (6 normalmente). o outro animal deve ter sangrado bastante também. olha que legal a descrição do que aconteceu: “[o chifre entrou] na região submandibular com uma trajetória ascendente que penetra até a cavidade bucal, atravessa a língua, sobe ao céu da boca, com fratura do maxilar superior.” (folhaonline)

tenho desenvolvido um gosto mórbido (vingança?) por descrições técnicas minuciosas desse tipo. gosto tanto quanto o prelúdio ao livro do françois forestier, “marilyn & jfk”. leia um trecho no site da veja: leia mesmo!

e pra quê tourada? tudo muito cretino. ser humano estupidamente absurdo. o objetivo final é esse:

rigor mortis

no brasil tinha também. getúlio proibiu em 34, junto com rinha de galo, outra estupidez. a única instância da tourada que eu aprecio é no poema do joão cabral de melo neto, “alguns toureiros”, por causa das peculiaridades próprias à poesia

(…)

Mas eu vi Manuel Rodríguez,
Manolete, o mais deserto,
o toureiro mais agudo,
mais mineral e desperto,

o de nervos de madeira,
de punhos secos de fibra
o da figura de lenha
lenha seca de caatinga,

o que melhor calculava
o fluido aceiro da vida,
o que com mais precisão
roçava a morte em sua fímbria,

o que à tragédia deu número,
à vertigem, geometria
decimais à emoção
e ao susto, peso e medida
,

(…)

muitos pintores retrataram a tourada; eu gosto desse quadro do manet:

toter torero

assim é melhor (pela arte ou pelo lado da morte…?)

.

siren

odeio sirene de fábrica

uma forma de acabrestar os funcionários que se sujeitam a ser controlados como bicho, como se fossem incapazes de saber a hora de entrar, almoçar, ir embora. será que peão de fábrica é burro assim? mesmo que seja, as fábricas, curral de boiada, não têm o direito de gritar prolongadamente no bairro em que cravam garras: incomoda demais

o homem é tratado como se fosse máquina: controle minucioso do comportamento e da performance. dois filmes mostram isso lindamente: metropolis, do fritz lang, e tempos modernos, do charles chaplin

essa cena é linda! incrivelmente sensível...

turba em marcha: trabalhadores indo/vindo do subterrâneo…

apertando parafusos sem parar - que alegoria!

muita gente acha o tempos modernos engraçado, mas se você refletir um pouco, é angustiante. lembra quando o chaplin sai da fábrica? ele não consegue parar de apertar parafuso… a gente ri quando ele aperta os botões do vestido da moça… mas fica um nó na garganta: no fundo a gente sabe que tem muita coisa errada nisso

na hora do almoço uma máquina entuxa comida na boca dele. lembra? pra cortar custos, extinguir a hora do almoço e aumentar a produtividade…

a gente ri, né? mas que crítica! (se quiser clique na foto pra aumentar)

essa cena dele “comendo” me lembra um poema do drummond. como esse homem era sensível pra notar as idiossincrasias do progresso… ele tem mais de um poema sobre os tempos “modernos”. vou por aqui três estrofes. se gostar, vá atrás: esse poema é bom demais: drummond – nosso tempo (c. 1945)

Este é tempo de partido,
tempo de homens partidos.
Em vão percorremos volumes,
viajamos e nos colorimos.
A hora pressentida esmigalha-se em pó na rua.
Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos.
As leis não bastam. Os lírios não nascem
da lei. Meu nome é tumulto, e escreve-se
na pedra.
(…)
Escuta a hora formidável do almoço
na cidade. Os escritórios, num passe, esvaziam-se.
As bocas sugam um rio de carne, legumes e tortas vitaminosas.
Salta depressa do mar a bandeja de peixes argênteos!
Os subterrâneos da fome choram caldo de sopa,
olhos líquidos de cão através do vidro devoram teu osso.
Come, braço mecânico, alimenta-te, mão de papel, é tempo de comida,
mais tarde será o de amor.
Lentamente os escritórios se recuperam, e os negócios, forma indecisa, evoluem.
(…)
O poeta
declina de toda responsabilidade
na marcha do mundo capitalista
e com suas palavras, intuições, símbolos  e outras armas
promete ajudar
a destruí-lo
como uma pedreira, uma floresta,
um verme.

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a fábrica aqui do lado do prédio urra (sempre dez minutos antes e então na hora cheia). 6:50, 7:00; 8:50, 9:00; 11:50, 12:00; 12:50, 13:00… tem uma sirene à tarde, mas eu quase nunca ouço, e finalmente 16:50, 17:00. sábados, domingos e feriados. quanta alegria!

o dono é um turco, um daqueles com cara bem estereotipada: gordo, de bigode, meio careca, com cabelo enroladinho super oleoso, camisa aberta até o umbigo mostrando um peito peludo cheio de corrente de ouro… eu não sei muito bem o que a fábrica dele faz… nunca tem mercadoria entrando nem saindo. não tem importância

o entorno da fábrica é um nojo: sempre sujo, a grama na calçada cresce até esconder porco selvagem. as pessoas que passam de carro, talvez por achar que é terreno abandonado (teoria da janela quebrada), jogam todo tipo de lixo, que nunca é recolhido. frequentemente vejo corpo de rato morto atropelado na rua. a única vez em que as paredes foram pintadas foi quando foram erguidas, há 30 anos. e de fato tem um monte de vidro quebrado nas janelas…

foto tirada daqui de cima

dá pra ver a sujeira até nessa foto de baixa qualidade…

sei que já foram conversar com ele sobre isso. ele ignorou. imagina só se ele vai gastar dinheiro com limpeza! (olha o estereótipo em funcionamento…) o único momento em que ele se mistura com a comunidade é em época de eleição: um dos barentes dele sempre se candidata a deputado (?). não sei se se elege. não tem importância. nessas épocas todo o bairro fica cheio de papel no chão… mas acho que isso não é privilégio do meu bairro

à medida em que encerro o post, cresce a tensão, porque daqui a pouco toca de novo a maldita sirene…

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unsettled

me questionaram do por quê (com acento e separado – primeira vez na vida, acho, uso assim), tenho abordado tanto um certo mal estar com o mundo como ele é atualmente. esse “atualmente“ precisa estar entre aspas para fazer parte do que pretendo dizer

Scott Walden – Unsettled #47 (1998)

primeiro e que fique tudo bem multiclaro: o tudo que “pretendo dizer” são coisas velhas, cansadas, pisadas e repisadas por gente que já existiu muito, muito antes de mim; ou seja, o que me faz sentir mal, muitas vezes com ânsia de vômito (novidade sentida agora na minha pele de citadino do século XXI, com as peculiaridades do meu zeitgeist), já foi debatido por gente como sócrates na grécia antiga, e pelos pensadores alemães, ingleses e franceses do iluminismo

e o quê é atual para mim e o quê me faz querer vomitar hoje? posto de forma simples, uma sensação de que as coisas não deveriam ser assim

de forma mais elaborada – prepare-se! respire fundo, como m. bandeira: …………………………………………………………………………… e ponha um tango argentino pra tocar

bem, elaboradibilidadamente, coisas todas muito entrelaçadas como o contrato social (meu deus, as cláusulas desse contrato precisam mudar! …e como faz agora? contrata um advogado??) o estado da natureza (o ser humano será sempre um bicho, se entendendo quando possível, monitorado ou não pelo estado), jean-jacques rousseau, thomas hobbes, john locke. um pouco me arrependo de ter escrito isso. primeiro porque muita gente já o disse, depois porque não li tudo o que escreveram; preciso elaborar melhor tudo isso dentro do meu mundo psíquico… e também porque essas idéias estão muito ligadas ao conforto burguês do século xviii – gente pobre, sem tempo de ler ou money pra comprar livro, portanto ignorante, por acaso se preocupa com isso tudo?

e por que falar deles então? hum… porque eles formularam teorias que me interessam, seja para compreender melhor o mundo como ele é, seja para sentir raiva, ficar inconformado, quiçá interferir pon.ti.lha.da.men.te e com muita amargura… minha interferência é microscopicamente insignificante e eu não consigo palpar nada, ‘magina, pegar a sociedade pelas rédeas e tentar mostrar uma direção melhor… a resposta está dentro do nosso espírito e eu já falei sobre isso, fazer o que é certo… isso não acontece do jeito como eu acho que deveria e isso, no fundo, dói, incomoda demais

hegel articulou o fim da história. que demais isso! é profundo e eu preciso ler muito muito muito mais pra começar a entender: hoje não sei nada ainda (estou me sentindo o próprio sócrates: scio me nihil scire). apenas inferi que ele propõe o fim dos processos históricos de mudança porque a humanidade atingiria o equilíbrio, a igualdade… haja amor pelo seu próximo! ah! isso é que dói: como isso é im-po-ssí-vel… (adoro fazer separação silábica por intuição: veja que ridículo determinar, sem vínculo com o uso corrente ou qualquer bom senso, que duas consoantes em sequência devem ser separadas… tsc tsc tsc)

hegel também fala bastante sobre o estado e a vida ética, preocupações de quem leu bastante platão, aristóteles, spinoza, kant, marx… ∞

esse cara viveu o período da revolução francesa (que queria, entre muita muita coisa, o “fim da servidão e dos direitos feudais”), e do iluminismo: uma época na história humana em que tomou lugar a supremacia da inteligência e da ciência sobre a fé e sobre o misticismo. tudo isso, marco do início da idade contemporânea. não foi nada fácil viver no século XVIII, mas como eles mudaram o futuro, mesmo sem saber de que forma mudaram. (mudanças não são possíveis hoje… ou então eu é que estou pessimista demais mesmo…)

depois de tudo isso, nós deveríamos viver em relação de liberdade, igualdade, fraternidade, bordão cunhado pelo rousseau, na época em que os princípios universais foram pensados, idealizados

Delacroix - Liberty guiding the people

e o mundo ainda gira mais ou menos da mesma forma… não há nada de novo sob o céu… depois de tanto tempo, depois de tantas gerações, tantas guerras, desentendimentos, depois de tantos pensadores inteligentíssimos, tantas tentativas de unificar; tudo igual, relativamente igual

nada mudou… nós (eu e você) continuamos reféns dos barões feudais, usurários, agiotas, donos de banco – dê o nome que quiser… é o mesmo bando de filho da puta sorvendo o líquido vital das nossas veias… chupando de canudinho… feito de platina e diamante

é isso o que me revolta! ou, posto de outra maneira: putz! eu sou super impaciente com o transcorrer da evolução da espécie… tá demorando demais pro ser humano dar um salto qualitativo, seja como for…

isso é o que me deixa inquieto, inconformado, muitas vezes bem amargurado, porque entendi que não há nada que eu possa fazer: a resistência sempre será maior que meu parco, e agora desconsolado, esforço

o ser humano é um bicho maldito, verme miserável, vírus detestável na crosta do planeta…

que venha nibiru

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plot unveiled

sabe aquelas denúncias que a tv sempre apresenta contra políticos sobre todas as imundícies possiveis? pois é, acabei de ficar encasquetado com uma coisa. acho mesmo que isso é mais uma das minhas mais últimas tristes constatações. qual a idéia: eles falam falam e falam e a gente fica estupefato com tudo mesmo, as imagens, o discurso (sempre o mesmo), quer seja uma coisa bonitinha, quer seja uma dessas coisas que fazem a gente vomitar de tanta raiva frustração impotência, e fica preso às imagens e ao discurso através de uma força magnética hipnotizante, seja consciente, seja subliminar.

essa mesma tv muitas vezes é útil. tem muita coisa instrutiva passando na tv, se você tem paciência de ficar zapeando até achar um programa legal. leva tempo e muitas vezes o nome do filme não confere com o que está passando… mas o que escasqueta afinal?

eles ganham muito muito dinheiro vendendo espaço para vendas. essa venda é feita através de imagens e discursos sedutores irresistíveis. a associação com instintos primitivos (fome sexo cocô) é tão forte que o apelo se transforma e culmina em orgasmo. e porque essa quantidade enorme de ovelhas que dão audiência para a tv ficam imantadas à tela? fácil. eles criam dificuldades para vender soluções. o ser humano adora desgraça. é atávico (desde a época das cavernas). ver catástrofe acidente denúncia espanta mas é gostoso. vem acompanhado de um monte de imagem, discurso e hipnotiza a gente. a gente até enraivece com a denúncia a catastrofe o time de futebor, mas no finar eles vendem felicidade (conceito vazio). e nada é ÚTIL. nada. mas a gente gosta mesmo assim. afinal comer chocolate, comprar carro, torcer pelo time, beber e comer feito idiota, e surtar de prazer vendo alguém sendo enforcado em praça pública é atavicamente orgásmico…

e daí? o quê encasqueta? a idéia da tv é essa mesma… mas vou dar um exemplo do quê irrita. o sarney, aquele mesmo sarney secular, que desgoverna o país e o maranhão (não necessariamente nessa ordem) há bastante tempo, dono de um dos estados mais pobres do país (seguido de perto pelo collor, aquele mesmo, também lá em cima, com poder para tomar decisões por todos nós), foi alvo de uma campanha demorada de denúncias porque o senado, o filho, a filha, os parentes… um certo canal globo foi um dos mais assíduos em denúncia e inconformidade. quase tanta comoção e surpresa quanto a expectativa pelo último capítulo da novela ou a curiosidade pelos personagens da novela que começa na próxima segunda-feira. é TUDO IGUAL: a novela e as notícias, as imagens e o discurso. denúncia felicidade denúncia.

por que a tv está vendendo o estado do maranhão através de uma série especial de reportagens para atrair mais turistas pra lá? o dono do maranhão não é esse mesmo sarney que se envolveu nas piores falcatruas possíveis a um ser humano corrupto imoral? então por que a globo faz propaganda pra esse cara? não é a própria globo quem faz um escândalo reiterante eterno sobre denúncias lascivas contra esse cara?

a economia.

as pessoas gostam disso. todomundo alheio à vida. criar um congestionamento de 10km por causa de um acidente. dos dois lados da via. repetição. lavagem cerebral. ignorância. todomundo absorto em sonhos fúteis despertados pela tv. define drug.

hello? quem tá aí? just nod if you can hear me

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The Brain & Evil

Acabei de ter uma epifânia, um insight, assistindo um desses documentários maravilhosos sobre o cérebro na tv (ok, eu normalmente odeio o que passa na tv, mas dessa vez foi legal). O cérebro é incrível por suas inúmeras subdivisões (amígdala, lobo temporal, hipotálamo etc.). O cérebro dos psicopatas, por exemplo, se caracteriza por não conseguir entender o sofrimento dos outros, porque o centro de identificação com o outro é muito menor do que o de uma pessoa “normal”. Não processa. Eu sinto vontade de estrangular uma puta e, por mais que ela sofra durante o lento, doloroso, gradual e quiçá sangrento processo, não me identifico com ela, com sua dor, com o seu sofrimento psíquico. Por isso a mato de um jeito cruel e imoral (para a maioria das pessoas). Pode ser anti-ético ou não, dependendo do grupo sendo observado. Eu quero, e isso basta. Incrível isso não?, não fossem as constatações todas da ciência.

Se uma pessoa faz mal a outra, sabendo que a prejudicou, ela pode ser punida (dependendo do advogado). Caso ela não perceba que prejudicou a outrem, será submetida a um longo e subjetivo processo de avaliação.

Afinal, o que é o Mal? O que exatamente é aceito e tolerado por um grupo?

Roubar é mal? Enganar? Matar? Tirar proveito da estrutura pré-estabelecida, da Máquina, do que “acontece normalmente” de uma forma ou de outra em benefício próprio é errado? Prejudica os outros? Mas… prejudica de um jeito pior, mais do que me beneficia?

É mal, sim. Achar que só porque os outros fazem/fizeram tal coisa permite que você dê continuidade a uma determinada ação é errado sim! Porque alguém rouba tradicionalmente aqui, não quer dizer que é certo. Porque em um dado grupo social matam-se as putas, continuo achando isso errado. Pelo menos no meu sistema de crenças, do meu código moral e ético. Vai ver minha amígdala é um pouco maior. No meu íntimo, lá dentro da alma, eu sempre sei se o que fiz ou estou prestes a fazer é certo ou não.

grupo de neurônios, no sistema límbico: stress, raiva, reação, agressão, sexo

Matar putas (tadinhas delas… servir de suporte pra minha argumentação…), roubar, enganar… Tudo isso é muito ruim, muito errado. Especialmente pensando na suposta evolução do ser humano. Como tornar a civilização melhor quando seus membros fazem coisas erradas sabendo que são erradas? Eu me esforço pra desenvolver parcerias positivas com todo mundo ao meu redor, desde os meus amigos até os garis que varrem as ruas do meu bairro (eu sei o nome deles: Gaspar e José. O Gaspar é uma ótima pessoa, adora conversar, mas infelizmente vai trabalhar numa região mais próxima da casa dele. Não é estranho que os garis tenham que trabalhar em bairros que não são o lugar onde eles moram? Eu acho muito importante a gente cuidar das redondezas do lugar onde a gente mora; fico bravo quando escuto o barulho de uma latinha de cerveja jogada na rua. Jogar lixo nas ruas é uma coisa que sempre me deixa inconformado). Quando eu me desvio daquela minha conduta esperada, eu sou o meu próprio e mais severo julgador (eu ia dizer juíz, mas eles em geral tomam decisões estranhas também, contrárias ao bom senso…).

A publicidade engana e ludibria o tempo todo. Convence as pessoas a consumir um determinado produto com base em falsas premissas, ou em premissas vazias. Força as pessoas a comprar coisas que elas não querem, a priori. Isso sustenta a nossa sociedade e é muito muito errado. O tal infamous Consumo. Essa discussão vai longe e fica pr’uma próxima. Todo mundo sabe afinal e lá no fundo que isso é errado, que tem alguma coisa errada com os comerciais. Mais alguém aí já percebeu e sabe que eles usam constante e impunemente uma série de artifícios subliminares para induzir mais consumo? A Colgate por exemplo coloca um apitinho irritante e bem baixinho – pi…pi…pi…pi…pi… – nos comerciais de creme dental. Como eu tenho uma audição extraordinária, eu me peguei outro dia incomodado com alguma coisa, um alarme chamando minha atenção para a tv. Muito sutil. Absolutamente inaceitável.

Acabei de assistir a “Como fazer carreira em publicidade“. Um dos filmes de humour britânico mais inteligentes e perspicazes do mundo! Procure na sua locadora; você vai gostar.

ah... a consciência ali embaixo...

Mas, voltando ao assunto da psicose (roubar, matar, enganar), tudo o que a gente faz tem uma consequência. Para nós mesmos ou para os outros.

Durante a execução de todas as nossas ações a gente ouve uma vozinha, lá no fundo, dizendo se o que isso que a gente está fazendo é certo ou errado. Isso é real, pois certo e errado são conceitos únicos e universais (universal significa que inclui os ETs em outras galáxias também). Todo mundo sempre sabe, no fundo, se o que está fazendo e até pensando é certo, ou errado. A gente sabe. Mais do que sabe, sente.

Menos os psicopatas.

E isso me leva ao argumento final e conclusivo: Os políticos, os advogados, os publicitários (me desculpem se eu exclui alguma categoria) fazem coisas sabendo que essas coisas são erradas, pois elas vão, SIM, prejudicar outras pessoas, em maior ou menor grau. Ou porque as privam ou porque as aleijam ou enganam ou roubam. Ninguém pode prejudicar os outros, sem ser considerado um psicopata. Alguém aí assistiu The Corporation? Esse filme estabelece uma relação direta entre as corporações e a psicopatia. Faz um par perfeito com “Como fazer carreira…”. Só que este é uma comédia e aquele é sério.

Os políticos que roubam (acho que são todos) ou que têm salários astronômicos, além dos inúmeros e inusitados perks mais do que vergonhosos, os advogados do diabo, os publicitários (podia incluir muita gente aqui também, como a maioria dos líderes religiosos etc.) terão um pequeno e passageiro drama de consciência. Nada que uma viagem gostosa pelo mediterrâneo e uma bíblia recheada de dinheiro não resolvam…

Serão eles também psicopatas?

Afinal, qual a quantidade de sofrimento alheio inflingido ou prejuízo é tolerável?

Nenhuma. Nenhuma.

Vivemos em uma sociedade de psicopatia. Alguns percebem isso.

Enfim, uma das maneiras de protesto mais racionais, que eu pratico e recomendo, é o voto nulo. Pense que grande revolução pontual se a porcentagem de votos nulos fosse, digamos, 40%… Não ia ter que mudar alguma coisa?

Está interessado pela psicopatia da elite ancestral? Veja esse vídeo no youtube. Ele tem 3 partes de 10 minutos cada e vale muito a pena assistir.

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